Perdi paixão pela
vida e as oportunidades tornaram-se escassas como a própria vida. Em algum
lugar me esqueci do elo que firmava mente, alma e corpo; coagulei minhas
últimas esperanças, e chega um momento em que você descobre que tudo o que te
ensinaram não tem mais nenhuma valia e ainda assim seria melhor deleitar-se no
desconhecimento, ser apenas uma pessoa.
Mendigando no auto
esquecimento a cada nova semana; sempre que olha no espelho tem algo que quer
te matar e por entre os labirintos de tua face tem alguém que queremos
esquecer, ainda que sempre te lembrem, e me lembrem de que existiu um passado.
Devaneei minhas memórias à uma mundo sem luz, reparti as pronuncias e apaguei
delas o significado, posso aprender melhor a rastejar pela ignobilidade.
Espalhei-me quando ainda era uma só alma, perdi uma boa parte de minha essência
– me refiz em antíteses.
Algum dia serei o
sentido que não tenho mais vontade de solapar, ainda ele sendo minhas últimas
hastes – como um perfume que caiu no chão e, desfocado, espalha sua fragrância,
preenchendo os últimos espaços. Espero que amanhã não precise mais desse corpo,
– e não ser uma gota no oceano – camuflar meu último pedaço onde há luz, não
vou mais me furtar.
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