23.7.21

Não

 Naquele 


Maldito dia, naquela maldita ladeira, eu deveria ter dito não. Apenas eu fui dominado. Não culpo ninguém, apenas a mim. Ela me avisou, a ciência avisa, mas você nunca crê que perderá tudo para ela. Agora é uma compulsão a busco da morte, que meu coração pare e simplesmente eu me liberte assim. Minha filha, me desculpe, eu fui muito ruim para todos, principalmente para tua mãe, viver sem mim é melhor para você. Usar Layne Staley e Kurt Cobain como modelos a serem seguidos foi a maior tolice. Agora é esperar a morte jovem. Quanta coisa eu deixei de fazer. Desculpa, Viviane, desculpa, vó, tia, mãe, irmã. Eu sou um lixo.


Fico feliz por ela estar com um cara lúcido, que sabe amar, deve comê-la melhor que eu, responsável, com objetivos. Como ela merecia isso. E eu vou vagar toda a eternidade para aprender a amá-la.

Destruí tudo.


21.2.20

Mais que dor

Estou descobrindo cada página. A internet é meu inferno. Por favor, me dê a verdade mesmo que custe o que vc despreza. Acabe com o surto.

Não sei o que somos eu.

Surto com a verdade

Acho q já se foram 10 dias

Qualquer coisa, avisem que não doeu. Foi como dormir.

1.8.16

LX

Dar fim a si próprio ou achar no âmago os meios para os fins.
Desculpa, minha vó, mas a dor é muito grande, já não consigo suportar.
Pretendo um ato egoísta, mas não consigo aguentar essa cruz por mais anos.

Sim, já fui alegre e lembro bem;
Não tenho saudades, mas a certeza de que essas sensações findaram-se.
Então, o que me resta.

Possuo uma carta de suicídio na minha cabeça, quase pronta;
Ian Curtis se enforcou na minha idade.


LIX (Um novo dia começa)

Acabou.
Quando mais precisava minha sanidade esvaiu-se;
Falhei em tudo.
Compulsivo, sem direção.
Não consigo ser um companheiro para a pessoa que amo.
A revolução não chegará tão cedo.
Estou tentando aprender a fazer uma forca.
Só isso e a normalidade ainda repousará sob o sol.

25.6.16

LVIII (Mártir sob o sol)

Que vontade louca de enlouquecer;
Saio de casa apressado, com rumo, mas sem norte.
Minha luz interior queimou.

Vamos brincar com uma máquina de corte?!
Quem de nós ficar vivo carregará sobre os ombros
O ardor de inúmeras gerações:
De não ser o que se quer,
De falecer ainda em vida.

O caso que está (ex)posto não somente  necessita a cura,
Há que se ter admiração pelo mar
E alguma malícia para ousar.

Mudar a história não é fácil e demora,
Por vezes até penso que o próprio tempo nos explora,
Nos fazendo esperar para se o que sonhamos irá ocorrer.

Sonhamos diferente,
Cada um pro seu lado.
O odor de dor infesta o ar
E acabou com minha plantação.

15.6.16

LVII (Sem Sobrenome)

De nada vale a academia se o povo não está nela.
Digo o verdadeiro povo, que carrega nas suas cores diversas dores feitas de sangue e outros diversos colonizadores.
Tanto o curso técnico quanto a escola sem professor são meros paleativos para fingirem que sou colaborador.
Em verdade vos digo: esse país não merece o povo que tem.

Por que meus amigos de escola e infância não conseguem entrar na faculdade?
Os acadêmicos são tão tolos que nada conhecem da vida,
E os que sempre andei, já tem filho, trabalho e marmita.
Pudéssemos estudar nos colégios caros não correríamos os riscos de nunca sermos ricos, de termos que tomar cuidado com os vícios, de ter medo de perder.

Não sei se é melhor aprender pelo bem ou pelo mal,
Só sei que tivemos que aprender.
Não tivemos tempo para sonhar,
Foi apenas a luta que nos foi imposta, apenas para sobreviver.

Quem não viveu isso sempre teve lugar certo na faculdade,
A vida é isso: feita de ciladas e oportunidades.

A academia fala para si só,
E quer que digamos amém?
Cês acham que tão falando com quem?
Sem diploma, sem sobrenome, acabei perdendo o trem.