27.5.13

XXX (Vi e Vi)



Não se culpe.
Desconhecemos o controle das magníficas coisas –
Um dos motivos de estarmos aqui –
E o destino.

Refaço o passado e pinto você por todas as partes;
Quero me desmontar infinitamente e ser você cada sílaba que me modela.
Irremediavelmente me preencherei com sua amplitude,
Como descanso, inspirarei sua voz;
E depois farei com que
Seu sangue seja meu sangue;
E eu vou morar em seu sorriso.

Vi, tantas coisas...
Vivi só você.

Eu amo seu corpo e sua alma.

14.5.13

IXXX

Tive vontade de gritar ao acordar do sonho,
Mas não consegui como se ainda estivesse nele.

O edifício se tornou uma pequena caixa,
E de um lado para o outro, meus pensamentos,
Estado sufocado.
Tudo é muito pequeno:
O copo,
O topo,
O resto,
O que é supérfluo,
As ruas, meus becos e suas paisagens.
Perdi o pulo do gato ou é um sentimento por estar aprisionado.

Me adaptei em você e
Não sei se é o certo.
Um contato muito intimo não pode ser humano.

Tornar-te-ás indiferente a tudo o que se ouviu
E a tudo o que se há de ver,
Eu não vou poupar ninguém.

3.5.13

XXVIII (O mundo não é a vó)

Rostos largos;
Rostos fartos;
Inadaptados, pávidos;
Rosto, tanto faz quem criou tantos rostos.
Rostos humanos,
Mas estão deslocados do resto do corpo,
Apenas mostrando o quão cada um perdeu de alma
Pelo o que vivemos onde não existia, quando não colocamos vida.

A massa é medonha.
E o mundo não é minha vó.