15.6.16

LVII (Sem Sobrenome)

De nada vale a academia se o povo não está nela.
Digo o verdadeiro povo, que carrega nas suas cores diversas dores feitas de sangue e outros diversos colonizadores.
Tanto o curso técnico quanto a escola sem professor são meros paleativos para fingirem que sou colaborador.
Em verdade vos digo: esse país não merece o povo que tem.

Por que meus amigos de escola e infância não conseguem entrar na faculdade?
Os acadêmicos são tão tolos que nada conhecem da vida,
E os que sempre andei, já tem filho, trabalho e marmita.
Pudéssemos estudar nos colégios caros não correríamos os riscos de nunca sermos ricos, de termos que tomar cuidado com os vícios, de ter medo de perder.

Não sei se é melhor aprender pelo bem ou pelo mal,
Só sei que tivemos que aprender.
Não tivemos tempo para sonhar,
Foi apenas a luta que nos foi imposta, apenas para sobreviver.

Quem não viveu isso sempre teve lugar certo na faculdade,
A vida é isso: feita de ciladas e oportunidades.

A academia fala para si só,
E quer que digamos amém?
Cês acham que tão falando com quem?
Sem diploma, sem sobrenome, acabei perdendo o trem.

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