25.6.13

XXXIV (Talvez, amor)



Nossos olhos se perdem
E o tempo torna-se infinito;
E os operários tecem
Bugalhas de vento que eu nunca vi.

E as nuvens se percebem Mateus Baltasar
Chovendo águas vinda de Paris;
Nossos olhos voltam a se encontrar,
Minha mão alisa tua face e diz coisas que nunca senti.

Apenas com você, minha língua rude
Não blasfema os anjos;
Então, eu te amo amiúde.

Nossos corpos molhados por essa chuva que nunca cessa;
Um cachorro nos olha e não sabe onde eu termino e tu começas;
A relva se desdobra
Para produzir outras terças como essa.

E eu coloco em teu pescoço uma corda
Que quanto mais aperto,
Mais afundo;
E meu coração se esbanja na terra onde pisastes teus pés.

Apenas com você, aureolas possuem significado;
Com tanta beleza até Deus se confunde;
Então, eu te amo amiúde.

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