14.6.16

LVI (O Brasil não deu certo ainda)

Sabe a vida real?! Essa que não se sabe se mora ao lado ou trabalha de contínuo aqui e acolá.
Essa mesmo que escarra em tua ideologia, renega qualquer teoria e vez em quando vem pra perturbar. Geralmente nos meios de comunicação, que dão a versão que melhor te capta, mesmo que na essência não te agrada.
Parece ser distante, um outro país, fechei os olhos e a vida passa para os que têm casa até os que rezam por mim e por cada... exceto se o miserável tem a vida destrambelhada.
Então, a culpa é unicamente de quem procurou tal destino, mesmo que as primeiras agruras ocorreram quando ainda éramos meninos.

Nas empresas que erguem onde destroem, seja na África ou América Latina;
Aquele bocado de gente fina que detém metade de nossas terras;
Por todos os meninos que vagam nas ruas procurando cama, comida ou alguém para roubar;
A política que se beneficia dos bolsões de miséria e quando entronados enviam apenas a polícia;
Por nossos heróis perseguidos e assassinados - de Zumbi a Marighella;
Pelos outros que sobrevivem as dez horas diárias nas labutas;
A concentração de riqueza que se blinda por causa da distribuição de pobreza;
Pelas traições e pelas causas perdidas -
O Brasil não deu certo.
Ainda.

Se quiser me acusem de quinta coluna,
Também não torço por essa seleção,
É que a vida real me magoou faz tempo e
Talvez não tenha volta,
Por mais que ame essas ruas e nossos povos.

11.6.16

LV (Hoje é o que basta)

Uma sensação estranha me passa por entre os orgãos;
Teimo por procrastinação,
Ainda que me faltando mãos para tocar a orquestra.

Não quero me cobrar a perfeição;
Talvez eu não seja um gênio ou coisa do tipo.

É bom estar de volta depois de correr mundo e encontrar nada.
Ainda estou em tratamento.

Sou e serei indignado mesmo que escolhendo qual dignidade usar para contigo,

Em uma conversa íntima me foi revelado que posso realizar tudo que desejo,
Mas cada coisa me cobrará um preço.
Eu pago.

Quero voltar a ser novo mesmo que velharias se escondem em minhas memórias e traumas.
E mudei.
Pelo menos
Só por hoje.

LIV (Falta Tempo)

"Como Deus,
Normalmente esqueço minhas criações.
Então, por vezes me queimo quando na realidade quero (nos) reinventar.
Há loucos harmonizados com determinado equilíbrio;
Outros são sãos, vendem a própria ideologia e escondem qualquer desinformação.
E quem tem razão? Cada um sabe onde o calo aperta;
Não quero julgar e nem que me suicidem enquanto aspiro perfeição.
O jogo se torna mais sujo a cada máscara que cai;
Quem acha que estamos mortos não percebeu que muitos sonhos se foram no esquecimento,
E respiramos, ainda.
Faz tanto tempo que não escrevo,
Basta dizer que de tudo me arrependo e também sinto falta.
E disso tudo, é o pouco que me resta."

25.2.14

LIII

Eu tenho uma visão de você se ajoelhando por mim.
Um sonho pendente.
Como uma caçada, transforma dúbios desejos por pensamentos ternos;
Se for da tua alçada,
A minha alçada é o que é bem pouco provável de digerir.

O amor não existe, querida,
Mas eu te amo ainda assim.

23.12.13

LII

O que você fez por mim ninguém nunca mais fez no que é chamado de história da humanidade.
Estranha sensação, um pouco de culpa, só Deus sabe o que terá em nossos caminhos.
Por uma forma em te agradecer: nunca esquecerei as tuas palavras!

Conheci alguém que me faz lembrar outra pessoa,
E nesse meio tempo pensei como minhas ações causam o sofrimento de outra pessoa e o meu.

Podemos chamar como quiser, mas é o carinho que sinto por você.
O ano que entra será o nosso ano, uma vingança pelo o que temos e o quanto não queremos.
Obrigado.
Assinado: Votos de felicidade

11.12.13

LI (Sonho Serão)

Sonhos nunca param,
Espero não cessa-los
               mesmo se eles forem alcançados.

7.12.13

L

De dentro do ônibus vejo pouca perspectiva nos olhares, em nossas vidas.
Estou cansado de um futuro incerto, um futuro que não chega.
São tantas imagens pelo mundo, não há nenhum lugar que se olhe e não olhe com um desejo pervertido.
Estou cansado de não ser um milionário, de me pedirem para me conformar com um pouco de comida, sexo e dinheiro.
Estou cansado de ouvir reclamações, cansado do que temos que passar para ir até a esquina ou para ficarmos num sofá tomando café com leite e fumando um cigarro;
Cansado de ver os velhos contando moedas, cansado do que ela chama de realidade, do que eles chamam de amor.
Cansado dos lugares que temos que ir e dos que gostamos de ir.

Eles nos dão direitos porque viram que podemos enriquece-los,
E vendo bem, não é tão direito assim. 

Nós somos roubados por todos os lados.